País rico é país com educação e saúde pública dignas de todos os brasileiros.
Jovem artista morre de meningite no quilombo do Cambury, Ubatuba
:::::: Segunda-feira, 21 de janeiro, foi um dia muito triste no Quilombo do Cambury.
A adolescente quilombola, Luciana Cruz dos Santos, filha de Dona Cremilda (Catarina) e Sr. Salustiano FALECEU, depois de sentir febre muito alta e dores na nuca, já na sexta-feira. O óbito diz que foi meningite bacteriana. Outros membros da família foram vacinados, mas a comunidade não recebeu a mesma atenção, sob alegação de que o preço das vacinas era muito alto. Não tinha prá todo mundo!!!
Conforme relato de um turista que esteve em Cambury: em 2011 ele passou “quase um ano direto no Cambury, morando no seu Donato em frente ao posto de saúde” e constatou ao longo deste período que “o médico só aparecia uma vez por mês, ficando o trabalho de saúde nas costas das enfermeiras que compareciam diariamente, trabalhando sem recursos”.
Há um problema sério e crônico: falta de qualidade no atendimento ambulatorial e precariendade do sistema de saúde da região de Ubatuba. Não há infraestrutura, tampouco saneamento básico e, conforme já denunciamos aqui: FALTAM MÉDICOS no posto de saúde do Cambury, no qual aparece alguém de 15 em 15 dias, conforme já disseram os moradores caiçaras e quilombolas do Cambury.
A Estação de Memórias do Cambury tem mais uma grande dúvida quanto a um registro fotográfico realizado em 09 de abril de 2012, quando estivemos presentes para visitar o Programa Arca das Letras da Escola Municipal do Cambury. Ao lado fica o “postinho” de saúde. O médico não estava evidentemente, mas na entrada havia um bilhete curioso, no qual NÃO CONSTA o nome de Luciana Cruz dos Santos como beneficiária do serviço de vacinação. Não deveria haver mais rigor no controle epidemiológico por parte da Secretaria de Saúde do município de Ubatuba? Se esqueceram da Lulu? Não teria ela ficado menos imunizada? De onde veio esta bactéria? Quem trouxe, levou embora? Há mais gente correndo riscos de perder a vida?
Questão: Numa comunidade em que prevalece a cultura oral, não seria mais adequado bater de casa em casa (conversar), do que se valer de um dispositivo tão complexo como a escrita caligráfica?
Quem era a Lulu?
Lulu iria completar 15 anos. Uma menina forte, tímida, sorridente e muito trabalhadora. Ajudava os pais e irmãos, era inteligente e se apropriou rapidamente dos saberes artísticos desenvolvidos pelas Oficinas de Memória e Xilogravura. Sempre chegava mais cedo na Escolinha Jambeiro, varria o espaço, esforçava-se para aprender com dedicação e carinho. O resultado evidentemente foi a transformação, de si mesma e do mundo à sua volta: ela transformou os signos e significados de sua vida em ARTE. Foi com grande prazer que comemoramos a entrega do primeiro certificado a ela, a quem foi confiada a tarefa de ensinar o que aprendera aos jovens quilombolas e caiçaras que não puderam participar.
Luciana era uma criança bastante apegada às atividades lúdicas e pedagógicas da Escolinha Jambeiro, desde pequena sempre participou de todas as ações da Escolinha Jambeiro.
Estamos todos muito tristes. Guardaremos a doce lembrança de seus sorrisos, e a ternura de seu carinho. Sempre será a “caçulinha do Cambury”, como disse Andreia Arantes, sua professora.
Destaque das Oficinas de Desenho e Xilogravura: Luciana Cruz foi a primeira a receber o certificado, pela aplicação e dedicação:
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GALERIA DE ARTE DA LULU
ESTADO QUE MATA…POR NÃO OFERECER SERVIÇOS DE SAÚDE QUALIFICADOS
Lamentamos profundamente o que aconteceu. Luciana Cruz dos Santos foi o grande destaque nas Oficinas de Xilogravura. Aprendeu com amor e dedicação. Seria a nossa multiplicadora da arte xilográfica. Estamos magoados e INDIGNADOS. Queremos manifestar nossos pêsames. Como é que nosso sistema de saúde AINDA deixa uma jovem quilombola morrer de meningite?
Os serviços de saúde em Ubatuba SÃO PRECÁRIOS, INSUFICIENTES, MAL ADMINISTRADOS E COM FUNCIONÁRIOS MAL PAGOS
Exigimos providências e soluções para tantas questões ainda sem resposta. Chega de DESCASO e DESPREZO.
Por que as crianças quilombolas não tem uma atenção adequada por parte do poder público?
DECRETAMOS LUTO OFICIAL NA ESTAÇÃO DE MEMÓRIAS CAMBURY.
Fica a mensagem:
Jamais apagarão da memória as páginas construídas pelos protagonistas do Cambury, sejam eles idosos, mulheres, jovens ou crianças.
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Vamos aumentar a corrente de apoio do Cambury
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Olá, Patrícia!
Agradecemos a preocupação. Estou em SP, mas viajo para o Cambury amanhã.
Estarei na praia e no quilombo do Cambury de 7 a 12 de fevereiro, colhendo assinaturas. Quem quiser imprimir e mandar para o Quilombo do Cambury via correio, deixei os dados no novo link: http://wp.me/p22aTC-cu
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muito triste pelo que aconteceu mas certamente que a arte ea alegria de Luciana vai continuar a acompanhar a sua família
Outro episódio de desatenção e política social, como em toda a América Latina. especialmente em relação aos povos indígenas. Muita tristeza e raiva sobre o que aconteceu. esperar que o povo da cidade uma restantes em direitos relamo e educação em saúde básica. a força desta família é admirável e um exemplo. afetuosamente. Yanina (Argentina)
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Olá, YANINA!
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Pingback: Educar é preciso, mas a ciência está cega e o Estado, omisso! « Diálogos em Cambury
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Não há palavras para descrever essa perda, queria manifestar meus sentimentos a toda comunidade do cambury, especialmente a dona Catarina e sr. Salustiano.
Cada dia mais ficamos dia mais INDIGNADOS com essa situação, atendimento medico é um direito de todos, ainda mais quando se trata de um lugar tão visitado, e ao mesmo tempo DESATENDIDO. desde quando temos que brigar pelo que já nosso por direito?! Uma vergonha para a Prefeitura de Ubatuba, até qndo esse DESCASO vai durar?
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As ações culturais da Estação de Memórias Cambury – dispositivo de informação e comunicação digital – tem o objetivo de registrar a memória histórica e cultural da comunidade caiçara e quilombola de Cambury (documentos, fotografias, vídeos, relatos de vida, produtos artísticos etc.), por esta razão entendemos que este espaço de diálogo também é crítico, democrático e aberto. Sempre que possível, não nos limitaremos a informar, mas também discutir e criar.
A morte de uma artista quilombola que participava de nosso projeto de pesquisa, revela que a ciência está cega e o Estado, omisso. Se as ciências médicas ao menos ajudassem a mitigar os problemas de saúde da população pobre e negra de Ubatuba; se o Estado cumprisse seu dever de oferecer serviços de saúde dignos, acabariam estimulando possibilidades transformadoras tanto para a sociedade como para si mesmos. Informar e pedir para que a comunidade científica divulgue que um protagonista da pesquisa morreu de meningite bacteriana e sua família não foi imunizada, tampouco os moradores do quilombo e da praia, envergonha qualquer poder executivo e deixa um vazio insubstituível não só na comunidade, outrossim, compromete nosso trabalho investigativo. Tudo isso são fatos científicos relevantes, mas não podemos deixar de manifestar nosso “grito de protesto” contra situação da saúde pública de Ubatuba que precisa ser denunciada e superada. Divulguem em suas redes sociais: https://estacaomemoriacamburi.wordpress.com/
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Heidi — Did you make it from raw milk or with a store bought starter culture? If you made it with a starter culture, it should taste just like the starter culture. If you made it from raw milk, you may have to go through 3 or 4 rounds of cuntruilg before you find the flavor you like.
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Amazing insight in this video. I also agree with KhalikAllah89. You have to love it. If you dont love it, make yourself love it. Without love, it becomes only a routine with no substance. I believe thats with everything.
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Salam alicoum, je viens demander de l’aide à Mr Abdel Wassim, je n’arrive pas à trouver du travail et je dois payer pas mal de choses chaque mois sans compter le frigo vide la plus part du temps. Je demande juste le minimum au frère.Merci
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Olá, MARIANA!
Agradecemos pelo seu compadecimento e preocupação. Estou em SP, mas viajo para o Cambury amanhã.
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Eu e minha familia estamos muito triste pelo que aconteceu com a lú ‘conhecemos ela desde que ela era garotinha é um descaso o que a saúde publica fez, uma menina de sorriso marcante e olhar doce não tenho nem palavras pra dizer perante a familia e principalmente a Catarina somente que Deus de força porque é muito dificil ainda mais uma perda como a dela que Deus abençoe a familia que infelizmente ta passando por essa dor. Paula, morador victor e isaque
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Olá, Paulo Henrique!
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Pingback: O QUE É MENINGITE? « Diálogos em Cambury
È um absurdo a qualificação dos atendimentos da aréa da saúde em cambury somos atendidos de 15 em 15 dias pelo médico precisamos de mais atendimentos a população é quem sofre as consequencias Poucos dias atras perdemos uma pessoa muito querida e amada por todos a lulu por ñ ter atendimento mais proximo pois se tivesse talvez ñ teria acontecido esta lamentavel tragedia agora vamos previnir quem ficou para traz secretaria da saúde vamos reconhecer o bairro de cambury…
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Olá, Gisele Soares!
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meus pesames a toda comunidade quilombola e caicara do cambury.em 2011 passei quase um ano direto no cambury morando no seu donato em frente ao posto de saude e pude constatar que o medico so aparecia uma vez por mes ficando o trabalho de saude nas costas das enfermeiras que compareciam diariamente trabalhando sem recursos.isto no estado mais rico do pais.remo nestes politicos,sem do.mais uma vez meus pesames.
Em 22 de janeiro de 2013 13:20, “Dilogos em Cambury” escreveu:
> ** > Estao de Memrias Cambury publicou: ” Pssima notcia para a sade > pblica do pas: crianas ainda morrem de meningite em Ubatuba :::::: > Ontem, dia 21 de janeiro, foi um dia muito triste no Quilombo do Cambury. A > pequena Luciana Cruz, filha de Dona Catarina e Sr. Salustiano FALECEU. > Iria”
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Segundo informação registrada em arquivo de 2012 da Estação de Memórias Cambury, de fato, o médico aparece uma vez por mês. Quem segura a onda é a enfermeira Alessandra. Uma comunidade com mais ou menos 400 pessoas sendo atendidas por uma única pessoa fica difícil. UM PAÍS RICO É UM PAÍS COM SAÚDE, EDUCAÇÃO E TRANSPORTE DIGNOS. NÃO É ISSO QUE ACONTECE NO CAMBURY.
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cara… lamentável! eu não sei nem o q dizer…
saúde e educação são campos tão importantes e caros à população! mas a farra da administração pública, por mais que distribua maior parcela de dinheiro pra essas secretarias, sempre somos enganados! pior que isso, é ter o acordo de profissionais que ingressam nas carreiras sem comprometer-se com o serviço público…questionar diretrizes internas ou buscar fortalecê-las dentro de um órgão público.
Imenso sentimento de impotência em dizer alguma coisa, pois trata-se de uma pessoa que perde-se pelo descaso… não sei o caminho certo para reivindicações junto aos parceiros aí… quaisquer direções que considerem pertinente e que possam evitar outros casos como esse…estarei atento… força a todos! marcos
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Olá, MARCOS!
Agradecemos pelas palavras e compadecimento por nossa imensa dor. Estou em SP, mas viajo para o Cambury amanhã.
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